A pressão sobre médicos para prescrição do “kit covid” não era exclusividade da Prevent Senior, investigada pela CPI da Pandemia. Em áudios e mensagens de janeiro deste ano, em plena segunda onda da covid-19, a direção da opera de saúde Hapvida, uma das maiores nas regiões Norte e Nordeste do Brasil e que nos últimos anos tem feito várias aquisições em Goiás, instava os profissionais a “aumentar consideravelmente” a indicação de cloroquina e tratamento em casa para que as unidades da empresa tivessem “menos pacientes internados”. Desde julho de 2020 a OMS já havia concluído que a cloroquina, um remédio contra a malária, era inútil no tratamento da covid-19. A Hapvida é alvo de investigação pela ANS.
A ANS, aliás, entra esta semana na roda da CPI, com o depoimento na quarta-feira de seu diretor-presidente, Paulo Roberto Rebello Filho. Os senadores querem saber se houve omissão da agência diante das ações da Prevent Senior e, como se constata, de outras operadoras de saúde. O doutor Rebello Filho poderá contar o que fez diante das denúncias do comportamento da Prevent Senior durante a pandemia. A Prevent é um caso em si, e seus maganos estão sofrendo pelo que fizeram, mas a ANS sabe muitos mais. O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), pretende encerrar os trabalhos no próximo dia 20.