O ex-governador paulista João Doria (PSDB) anunciou hoje (23/5) a desistência de sua pré-candidatura à presidência da República, numa decisão já esperada nos bastidores da política. O tucano enfrentava resistências dentro do seu próprio partido e em partidos da terceira via. “Para as eleições deste ano me retiro da disputa com o coração ferido, mas com a alma leve”, disse.
O ex-governador afirmou que o Brasil “precisa de uma alternativa para oferecer aos eleitores que não querem os extremos”. “Hoje, neste 23 de maio, serenamente, entendo que não sou a escolha da cúpula do PSDB. Aceito esta realidade de cabeça erguida”, disse.
A decisão do tucano foi anunciada um dia antes de a executiva do PSDB se reunir para definir como o partido se posicionará na disputa presidencial de outubro. Presente no anúncio de Doria, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, defendeu uma candidatura única com MDB e Cidadania para as eleições de outubro.
“Nós temos um entendimento de diálogo com o Cidadania e com o MDB e nós vamos dar um passo à frente agora. A construção agora não é só definir o nome – e o nome de Simone é um nome posto nessa construção -, mas agora precisamos construir um projeto de compromisso de programa com o Brasil”, disse.
Mas, esta construção em torno de uma candidatura da terceira via ainda está longe de se concretizar e enfrentará muitas dificuldades pelo caminho. Faltando cerca de 3 meses para as definições nas convenções partidárias.
Impacto em Goiás
Em Goiás, por exemplo, a aliança entre PSDB e MDB é praticamente descartada por suas lideranças. Estão em projetos antagônicos. Os tucanos podem ir com uma nova candidatura ao governo de Marconi Perillo ou apoiar candidato de outro partido que seja oposição ao governador Ronaldo Caiado (UB). Que tem o apoio já antecipado do MDB, presidido por Daniel Vilela, futuro vice na chapa caiadista.
É tanto que, recentemente, a pré-candidata a presidente do MDB, a senadora Simone Tebet (MS), esteve em Goiânia e sequer se encontrou com Marconi Perillo. Mas, acompanhada de Daniel Vilela, teve uma rápida reunião com Ronaldo Caiado no Palácio das Esmeraldas. Dias depois, em evento com Doria em Goiânia, Marconi disse que não apoiará nenhum nome para presidente que não seja do PSDB.
O governador Caiado prefere não apoiar nenhum nome para presidente no primeiro turno. Se a eleição presidencial for para o segundo turno, algo muito provável, Caiado já antecipou qual será seu apoio: presidente Jair Bolsonaro (PL).