O confronto entre Israel e Irã entra em seu quarto dia com novos ataques de lado a lado. No domingo (15/6), bombardeios israelenses à capital iraniana mataram Mohammad Kazemi, chefe do serviço de inteligência da Guarda Revolucionária, e diversos auxiliares. De acordo com o Ministério da Saúde iraniano, 224 pessoas morreram no país desde o início dos bombardeios.
Na manhã desta segunda-feira (16/6), oito israelenses foram mortos por ataques iranianos, e 92 pessoas ficaram feridas. A embaixada americana em Tel Aviv foi atingida, mas sofreu poucas avarias. Além disso, as forças armadas de Israel detectaram um míssil disparado do Iêmen.
Enquanto isso, aumenta a pressão sobre Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, para que ele defina seu papel no conflito. Trump mantém declarações públicas pedindo por um acordo entre os países. No domingo (15/6), fontes ligadas à Casa Branca revelaram que o presidente americano vetou um plano israelense para assassinar o aiatolá Ali Khamenei, líder máximo do Irã.
Informado por Tel Aviv do ataque, o americano insistiu para que a ação fosse direcionada exclusivamente ao programa nuclear iraniano e a forças militares — os dois principais líderes das Forças Armadas e o comandante da Guarda Revolucionária foram mortos na primeira onda de ataques a Teerã.
O governo americano avaliou que a morte do aiatolá desestabilizaria de vez a região. Indagado sobre o plano, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não negou nem confirmou, dizendo apenas: “Vamos fazer o que tivermos que fazer”.
Nuclear
Israel afirma ter bombardeado o Irã porque o regime dos aiatolás estaria próximo de ser capaz de fabricar uma bomba atômica. Embora o país venha ampliando e fortificando suas instalações para o enriquecimento de urânio, não há sinais conclusivos de que tenha de fato avançado na fabricação de armas nucleares.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, declarou que o seu país não pretende desenvolver armas nucleares. Mas prosseguirá o seu direito à energia nuclear e à pesquisa, reiterando o decreto de Khamenei contra as armas de destruição maciça. Na mesma linha, Pezeshkian disse que o Irã não estava buscando uma guerra com Israel, nem a iniciou.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve convocar hoje uma sessão emergencial em sua sede para discutir as repercussões dos ataques militares nas instalações nucleares do Irã. A sessão foi solicitada pelo Irã e apoiada por Rússia, China e Venezuela.
G7
Os líderes europeus reunidos no encontro do G7 no Canadá planejam passar o dia de abertura pressionando Trump a justificar sua confiança de que Israel e Irã chegarão a um acordo que significará “paz em breve”.
Eles querem obter uma resposta definitiva do presidente dos EUA sobre se ele irá usar a sua influência sobre Netanyahu para pedir um cessar-fogo ou deixar a guerra seguir o seu curso.