Consultor em Gestão Pública e ex-secretário de Finanças de Goiânia (2014 a 2016), Jeovalter Corrêa afirma que o município não tem condições de bancar com recursos próprios as obras que seriam realizadas com empréstimo da Caixa Econômica Federal de R$ 780 milhões. Em entrevista à Sagres 730, Jeovalter lembra que a Prefeitura tem cerca de R$ 1 bilhão em caixa, mas obrigações que comprometem esse recursos no curto prazo, como uma folha mensal de aproximadamente R$ 250 milhões.
O Paço Municipal decidiu não prorrogar o contrato, mesmo com a necessidade de mais R$ 338 milhões para concluir as obras já iniciadas, que incluem o programa de requalificação do asfalto da cidade e obras como o viaduto da Jamel Cecílio. O Tesouro Municipal ainda tem R$ 111 milhões dos cerca de R$ 440 milhões que ja foram repassados à Caixa. Então, caso não perca esse valor com o rompimento do contrato, ainda precisaria de investir aproximadamente R$ 250 milhões com recursos próprios.
“Evidentemente essa conta não fecha, porque não tem mágica. Por mais que a prefeitura tenha disponibilidade, acabei de checar aqui e tem um pouco mais de um bilhão de reais de disponibilidade em caixa. Mas esse recurso é assim, você lança o IPTU no início do ano e guarda o dinheiro para ir gastando com a folha de pagamento, é basicamente uma reserva para custear a folha de pagamento. Então não tem mágica, teria que tirar de outras despesas para alocar a esses investimentos”, explicou Jeovalter.