O que falta para fechar o pacote de cortes de gastos? Um ministério. Foi isso que indicou ontem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, o presidente Lula pediu a inclusão nas negociações de uma pasta até agora ausente.
Segundo interlocutores, a reunião será com o Ministério da Defesa e os cortes poderiam, inclusive, atingir o regime de previdência dos militares. Nesta terça-feira (12/11), a área econômica deve se reunir com Lula para avaliar a melhor forma de encaminhar os textos com as mudanças para o Congresso.
Gastando muito mais
A receita líquida recorde não tem sido suficiente para superar as despesas totais do governo Lula (PT). Os gastos públicos federais (excluindo os pagamentos de juros) aumentaram R$ 101,4 bilhões de janeiro a setembro em relação ao mesmo período de 2023.
Já a receita líquida cresceu R$ 94,2 bilhões no mesmo intervalo de tempo. Os dados são do Tesouro Nacional e foram corrigidos pela inflação.
Ajuda do BNDES
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que o banco deve repassar R$ 34,3 bilhões ao governo neste ano, contribuindo para o cumprimento da meta de déficit zero.
O montante inclui R$ 6,5 bilhões em impostos e tributos, R$ 25 bilhões em dividendos com base no lucro estimado de 2024 e R$ 2,8 bilhões em dividendos de anos anteriores. O BNDES reportou lucro líquido recorrente de R$ 9,8 bilhões de janeiro a setembro, alta de 48,5% em um ano.
Mas as empresas estatais registraram déficit primário de R$ 7,4 bilhões nos primeiros nove meses deste ano, segundo o Banco Central. Esse é o pior resultado para o período desde o início da série histórica, em 2002.