Exército, Marinha e Aeronáutica estão identificando nomes que cometeram eventuais irregularidades durante o governo Bolsonaro. A informação foi passada a Lula pelos comandantes das três Forças – general Tomás Paiva, almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen e tenente-brigadeiro de ar Marcelo Kanitz Damasceno – em uma reunião fora da agenda, no sábado, no Palácio da Alvorada.
O avanço nas apurações da Polícia Federal (PF) sobre o esquema de venda e recompra de presentes oficiais dados ao Estado aumentou para 18 a lista de militares investigados que ocuparam cargos no governo anterior. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, destacou que não quer tratar todos como suspeitos, mas serão tomadas providências contra quem tiver cometido irregularidades.
Em mais de uma hora de encontro, Lula — que tem atuado com Múcio para reduzir as tensões com os militares — reiterou seu confiança nos comandantes.
Fator Mauro Cid
Com o objetivo de “demonstrar boa vontade” em “relação às investigações da PF”, o advogado do tenente-coronel Mauro Cid, Cezar Bitencourt, disse que irá na tarde de hoje ao gabinete do ministro do STF Alexandre de Moraes para agendar uma reunião. Ele quer se apresentar e “se colocar à disposição” para esclarecer os fatos investigados.
Bitencourt não hesitou em dizer que dará muitas versões sobre o caso e que a defesa em si estará nos autos. “Eu vou dar 20 ou 30 versões, posso dizer o que quiser”, afirmou, acrescentando que Cid se preocupa com o pai, o general Mauro César Lourena Cid, mas não com Bolsonaro.
O general, aliás, está proibido de visitar ou falar com o filho, preso desde 3 de maio. Em julho, Moraes impôs restrições a visitas, como a proibição da presença de investigados. O pai é acusado de atuar no caso das joias.
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