Na mesma semana em que o governo anunciou mudanças na direção da Petrobras, a estatal alertou investidores estrangeiros que o presidente Jair Bolsonaro (PL) pode impor mudanças na política de preços da companhia. A manifestação da Petrobras está registrada num formulário enviado para a SEC, órgão dos EUA equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em entrevista à Veja, o presidente demissionário Joaquim Silva e Luna narrou pressões para nomear diretores. “Não vendo minha alma a ninguém, não coloco meus valores em xeque”, disse o general, que será substituído pelo consultor Adriano Pires.
Ele também reclamou do tratamento que recebeu do presidente Bolsonaro no episódio de seu desligamento. “A atitude poderia ter sido diferente. Que tivesse me sido prestado um contato telefônico dizendo: ‘Olha, precisamos do seu cargo’. É coisa simples. Poderia ter sido de forma mais respeitosa.”
Silva e Luna disse ainda que “é muito mais fácil encontrar um culpado do que uma solução” para os preços dos combustíveis. Revelou ainda que não fala com Bolsonaro há dois meses e que somente com “sorte” seu sucessor, Adriano Pires, poderá cumprir o que o presidente espera dele.
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