A deputada federal Adriana Accorsi (PT) é bem cotada nos bastidores (e em pesquisas eleitorais) para a eleição à Prefeitura de Goiânia. Entretanto, sempre afirmava que não é seu projeto político e que prefere focar o mandato na Câmara dos Deputados. Contudo, a petista tem mudado o tom desse discurso.
Questionada pelo jornal O Popular se estaria articulando uma candidatura à Prefeitura de Goiânia, Adriana Accorsi voltou a dizer que este, “no momento”, não é o seu objetivo. Mas, a surpresa: ela não descarta a possibilidade, caso este seja um pedido do presidente Lula (PT). “Acredito que o presidente vai avaliar qual a função em que eu posso ajudar mais”, disse.
O PT tem em Goiânia outro pré-candidato a prefeito, o ex-reitor da UFG, Edward Madureira. Mas, atualmente, é a deputada o nome petista melhor colocada na capital.
O partido tem acelerado debates internos sobre as eleições municipais de 2024. Principalmente após não ter emplacado, em 2020, nenhum prefeito de capital pela primeira vez desde a redemocratização. Já se sabe que os petistas vão abrir mão de candidaturas em algumas capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, para garantir alianças que sustentam hoje a governabilidade do presidente Lula.
Além de tentar manter a frente ampla que ajudou a eleger Lula em 2022 e se aproximar de siglas de centro que hoje compõem o governo, como PSD e MDB, o partido esbarra na falta de renovação de quadros e na dificuldade de viabilizar candidatos petistas.
Recuperar terreno
Mas, o número de prefeituras comandas por petistas despencou nos últimos dez anos. Em 2012, no primeiro mandato da então presidente Dilma Rousseff, foram 630 vitórias conquistadas – inclusive na capital paulista, com Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda. Em 2016, no auge do antipetismo com a Lava-Jato e o impeachment de Dilma, foram 256 prefeitos. Na eleição de 2020, este número caiu para 183.
Portanto, o PT não quer abrir mão de ficar fora da disputa por algumas capitais brasileiras. Considera estratégico eleger alguns prefeitos, especialmente em municípios maiores onde tem nomes competitivos para a eleição. Inclusive, para enfraquecer a força da extrema direita, liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Pode ser o caso da capital goiana, onde o partido ainda não tem negociação com alguma outra força política. Portanto, segundo petistas goianos, se a intenção for tentar voltar a administrar a Prefeitura de Goiânia, hoje o nome melhor colocado no partido é o de Adriana Accorsi. O plano B seria seguir os mesmos passos em outras capitais e articular aliança em nome da governabilidade do presidente Lula.
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