Goiânia foi a primeira em valorização de imóveis entre capitais neste ano: 8,5% de janeiro a abril. O dado é da última pesquisa FipeZap, que monitora 50 cidades e 16 capitais brasileiras. A alta ficou acima da inflação do período, medida pelo IPCA/IBGE, de 4,18%.
Levando em conta os últimos 12 meses, a valorização média dos imóveis na capital goiana foi de 20,9%, ante à inflação de 12% no período. Foi a maior valorização da série histórica da pesquisa, iniciada em 2014 e bem acima da média nacional, que é de 2% em 2022 e de 6,3% nos últimos 12 meses.
“Além de termos milhares de pessoas que ainda não tem casa própria, temos aquelas que já tem o imóvel, mas querem ou precisam melhorar suas condições de habitação em razão de mudanças em sua vida. No mundo, as famílias mudam de casa cerca de oito vezes na vida, enquanto no Brasil, não chegamos a duas”, diz o sócio-proprietário do Grupo URBS, Ricardo Teixeira.
Teixeira afirma que a capital goiana tem outro fator fundamental que está levando a obter destaque nessa valorização dos imóveis residenciais: o baixo preço do metro quadrado.
Metro quadrado
O mesmo levantamento da Fipezap destaca que o valor médio do metro quadrado em Goiânia, no último mês de abril é de R$ 5.550, o quarto mais barato entre as capitais analisadas, ficando atrás apenas de Campo Grande (R$ 4.870), João Pessoa (R$ 5.136) e Salvador (R$5.478).
Na avaliação do especialista, aos poucos, os incorporadores estão repassando os aumentos dos custos da construção. O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) e já acumula alta de 4% neste ano e de 16,2% nos últimos 12 meses. “Eles não estão sendo repassados na totalidade, por uma questão de equilíbrio de mercado”, frisa Teixeira.
Para o dirigente do Grupo Urbs, essa valorização não é artificial e os preços dos imóveis não devem cair em Goiânia. Nem mesmo em hipótese de crise econômica, porque a capital goiana possui alta demanda e escassez de imóveis.
“Como uma capital jovem, com bom índice de qualidade de vida, uma economia crescente de oportunidades, principalmente, em razão do agronegócio, estamos ganhando relevância em diferentes áreas como a saúde. Goiânia tem atraído pacientes de vários estados brasileiros, fortalecendo com isso o turismo hospitalar. Tudo isso movimenta a demanda por imóveis”, afirma.
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