A rede pública de educação de Goiás recebeu a menor nota do País no quesito ensino a distância, algo tão essencial desde o ano passado por conta da pandemia da Covid-19, que afastou centenas de milhares de alunos das salas de aula no Estado. Segundo levantamento da Rede de Pesquisa Solidária, que divulgou a pesquisa referente ao plano de ensino remoto no Brasil em 2021, a nota média das redes estaduais de ensino passou de 2,7 em 2020 para 5,1 neste ano. Apesar da significativa melhora, ainda assim está longe do ideal, que seria a nota máxima de 10.
Mas, o pior, é a nota de Goiás: média de apenas 1,85, a mais baixa do Brasil. E isso porque houve uma pequena melhora em relação a nota goiana de 2020 (míseros 0,73).
“Quem melhorou mais a nota em ensino remoto foram aqueles Estados que menos cortaram em educação. As notas mais baixas são explicadas em parte pela falta de qualidade dos planos de ensino remoto, mas também pela ausência de recursos para a educação. Estados como Goiás, Piauí, Alagoas, que têm notas relativamente baixas, são Estados onde houve queda líquida significativa de investimento em educação. Educação é uma das áreas que mais precisam de investimentos ao longo da pandemia”, afirmou a cientista política Lorena Barberia (da USP), coordenadora do grupo responsável pelo levantamento.
Os critérios utilizados para se chegar às notas levaram em consideração quatro fatores: acesso à educação remota (equipamentos digitais, dados de internet e apostilas impressas); formas de transmissão de conhecimento (TV, rádio, internet, etc); formas de acompanhamento de professores e da secretaria; e etapas de ensino. Barberia alerta que não basta apenas possibilitar a aula online, mas também criar condições para que haja o maior nível de interação entre alunos e professores.
As cinco unidades federativas que obtiveram as maiores notas no ensino a distância neste ano foram Paraíba (8.89), Distrito Federal (8.33), Minas Gerais (7.78), Paraná (7.78) e São Paulo (7.74). Já os Estados com as notas mais baixas foram Goiás (1.85), Maranhão (2.13), Alagoas (2.67), Santa Catarina (3.17) e Piauí (3.33). A íntegra do levantamento da Rede de Pesquisa Solidária você pode conferir aqui.