A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados marcou para 10 de novembro o depoimento do ministro Paulo Guedes (Economia) sobre a revelação de que é sócio de uma empresa no exterior com patrimônio de US$ 9,55 milhões (cerca de R$ 51 milhões). A informação foi confirmada ao Poder360 pelo deputado federal Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ).
A comissão aprovou requerimento elaborado pelo deputado Kim Kataguiri (DEM-SP). Diz que Guedes pode ter se beneficiado do cargo público para tornar seus investimentos em paraísos fiscais mais rentáveis. O colegiado já havia definido 10 de novembro como data para que Guedes atendesse a um convite aprovado em setembro.
Neste caso, os deputados queriam explicações sobre a solicitação feita ao Ministério do Meio Ambiente para flexibilizar e tornar menos rígidas regras ambientais no país. De acordo com Ribeiro, a manutenção da data para a convocação foi acordada com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
Fogo amigo
O ministro também foi convocado pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público e pelo plenário da Câmara para prestar esclarecimentos sobre a offshore. Ainda não há, no entanto, data para estes depoimentos. É possível, inclusive, que haja um acordo para que Guedes compareça uma única vez para tratar do assunto. Por ter sido convocado, o ministro é obrigado a comparecer sob o risco de cometer crime de responsabilidade caso falte.
Há o temor de que Guedes possa ser alvejado não apenas pela oposição, mas justamente por congressistas da base aliada. Ministros da ala política que disputarão no ano que vem e congressistas aliados ao governo pressionam o ministro e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para que o valor total do Bolsa Família mais o auxílio emergencial cheguem a R$ 500. O valor, no entanto, deve ficar próximo a R$ 400.