O ministro Paulo Guedes (Economia) defendeu a legalidade de sua empresa num paraíso fiscal. Em evento virtual de um grande banco e falando em inglês, o ministro disse que estavam apenas “fazendo barulho”. “Declarei tudo. É permitido, é legal, não fiz nada de errado. O dinheiro está sob gestores independentes e jurisdições sobre as quais não tenho influência”, afirmou, sem comentar possíveis conflitos de interesses.
Guedes comenta a interlocutores que os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo), representantes do Centrão dentro do Palácio do Planalto, estão usando o caso da offshore para enfraquecê-lo. O azedume entre o ministro e o bloco político que dá sustentação ao governo Bolsonaro é tanto que tem até bolão na Câmara dos Deputados apostando por quantos dias o presidente Jair Bolsonaro ficará em silêncio. Hoje já são oito dias.
Mas Guedes ganhou um refresco na sexta-feira. O ministro do STF Dias Toffoli arquivou duas notícias contra ele e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, por terem empresas offshore enquanto comandam as políticas econômica e monetária do país. Toffoli disse que a denúncia deveria ser encaminhada à PGR.