A guerra comercial deflagrada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicanos), chegou a um palco onde normalmente são tratados conflitos mais sangrentos. A China convocou para a próxima semana uma reunião informal do Conselho de Segurança da ONU na qual pretende denunciar os EUA por transformar tarifas em armas, “lançando uma sombra sobre os esforços globais pela paz e o desenvolvimento”.
Na noite de terça-feira (15/4), a Casa Branca divulgou um comunicado informando que a taxa de importação de produtos chineses chegaria a 245%. ,Em resposta à decisão do governo chinês de suspender a exportação de “terras raras”, minerais estratégicos para a indústria de tecnologia. Trump também determinou uma investigação sobre a dependência americana da importação desses materiais.
A iniciativa da China de ir ao Conselho de Segurança, onde ela e os EUA têm poder de veto, veio no mesmo dia em que foi anunciado o crescimento de 5,4% no PIB do país no primeiro trimestre. O resultado foi maior que o esperado pelos analistas, que, entretanto, preveem impactos da guerra comercial sobre a economia chinesa.
Efeitos
Mas os efeitos não serão sentidos só no Oriente. O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), Jerome Powell, disse que as tarifas implementadas por Trump “muito provavelmente” vão provocar um aumento na inflação no curto prazo. Alertou ainda que esses efeitos podem se estender por um período maior.
Durante evento em Chicago, Powell avaliou que as políticas econômicas de Trump ainda estão em desenvolvimento, mas que afastam o Fed de seus objetivos de estabilizar os preços e estimular o emprego. Ao mesmo tempo, a Organização Mundial do Comércio (OMC), previu que o comércio global de mercadorias deve cair 1,5% este ano, devido à guerra tarifária.