Prepare o bolso (novamente): os preços dos combustíveis, especialmente da gasolina e do diesel, podem sofrer novas altas no Brasil nas próximas semanas. E o motivo agora vem de muito longe: o conflito cada vez mais eminente na Ucrânia, com força para desencadear uma reação mundial contra a Rússia, especialmente com sanções econômicas. O problema é que o petróleo russo atende 10% do consumo mundial.
No ano passado, a cotação internacional do petróleo subiu impressionantes 54%. Isto chegou ao bolso do consumidor, com a política de preços da Petrobras, e o preço médio do litro da gasolina aumentou 47,5% apenas em 2021. Com a escalada da tensão na Ucrânia, a cotação internacional do petróleo já subiu neste ano quase 20% e beira os US$ 100 o barril. Segundo especialistas deste mercado, caso ecloda uma guerra, pode passar dos US$ 120.
O reflexo mais direto na bolsa dos consumidores será o aumento do preço, não só dos combustíveis como também de todos os produtos que dependam dos recursos energéticos para produção industrial. As bolsas mundiais já fecharam ontem com perdas. O nervosismo nos mercados deve manter-se ou aumentar, à medida que as forças russas avançam nas regiões separatistas da Ucrânia.
O presidente russo Vladimir Putin ordenou ontem a entrada de suas tropas nos estados ucranianos de Donetsk e Luhansk. São, de acordo com Moscou, tropas em missão de paz. Ontem, após uma longa reunião com seu Conselho Nacional de Segurança, o presidente russo tomou a decisão de reconhecer a independência das duas províncias, que considera ‘etnicamente russas’.
Na semana passada, após o ataque com morteiros a inúmeros prédios naquelas duas províncias, o presidente americano Joe Biden havia alertado que a Rússia estava armando uma operação de bandeira falsa — forjando um incidente militar para fingir que o governo ucraniano estava atacando separatistas e, assim, falsificar as razões para uma invasão.
Enquanto isso…
O relator no Senado do pacote de projetos sobre mudanças na cobrança de impostos sobre os preços dos combustíveis, o senador Jean Paul Prates (PT-RN), rejeitou a inclusão de uma proposta para zerar a cobrança de impostos federais sobre o diesel e o gás de cozinha. Com isso, passa a tratar apenas de questões na cobrança do ICMS. Embora esteja pautado para a esta quarta-feira, no plenário da Casa, a votação pode ficar para março.
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