Bombardeios de Israel a alvos nucleares e militares no Irã têm gerado impactos imediatos sobre os preços do petróleo. O barril voltou à casa dos US$ 70, com o Brent subindo 8,77% para US$ 75,44. Já o WTI, de referência nos EUA, subia 8,33%, para US$ 74,05 o barril.
Os ataques escalaram ao longo do fim de semana, com a retaliação iraniana, que incluiu bombardeios a Jerusalém e Tel Aviv. Novas ofensivas israelenses atingiram, inclusive, a refinaria de Tabriz, no Irã.
Analistas apontam que o risco geopolítico aumentou e, com isso, a tendência é de alta no barril no curto prazo. Um dos principais pontos de alerta para o mercado é a eventual interrupção dos fluxos no Estreito de Ormuz, na costa do Irã, responsável por escoar grande parte da produção de petróleo do Oriente Médio.
Alerta
A Rystad Energy calcula que cerca de 12 milhões de barris de petróleo bruto são escoados diariamente pelo estreito. Com os produtos refinados, o volume chega a 20 milhões de barris/dia, o que representa quase um quinto da demanda global.
A consultoria considera o bloqueio improvável. Mas alerta: no caso de uma eventual restrição, outras rotas teriam capacidade para absorver apenas metade dos volumes que passam por Ormuz diariamente.
Apesar de concordar que o bloqueio de Ormuz não é provável, o economista-chefe da Argus, David Fyfe, afirma que o cenário poderia levar o preço do petróleo para três dígitos, acima dos US$ 150. “Não acreditamos que Teerã já esteja nesse estágio, embora uma ameaça remota de bloqueio seja suficiente para elevar os preços de energia”, diz.
Impactos
Já o Goldman Sachs estima que eventuais danos às infraestruturas de exportação do Irã teriam um impacto de 1,75 milhão de barris/dia no suprimento global ao longo de seis meses, o que pode elevar o preço do barril à casa dos US$ 90.
Um dos principais importadores do petróleo iraniano no mercado internacional é a China — país que também importa grandes volumes do Brasil.
A Agência Internacional de Energia sinalizou na sexta (13/6) estar aberta à possibilidade de liberar reservas de petróleo para conter a escalada da commodity. As declarações foram criticadas pelo secretário-geral da Opep, General Haitham Al Ghais. Para ele, o alerta cria “alarmes falsos”. O Irã é um dos principais produtores do cartel.