O CASA Share, culto de jovens criado pelo Ministério Share, da Igreja CASA, tem gerado forte repercussão no público jovem de Goiânia por ter um formato diferente, com pegada mais descolada, do que os cultos tradicionais. Com baladas ou som automotivos, por exemplo, é realizado a cada 15 dias com temas do cotidiano dos jovens. A proposta nasceu a partir de uma reflexão dos pastores da igreja, já conhecida na capital por suas inovações, sobre a melhor forma de pregar para adolescentes e jovens.
Apesar de algumas polêmicas nas redes sociais, o resultado tem dado certo: a participação nos cultos temáticos tem crescido, com mais de 2 mil jovens por edição (a igreja afirma que a sua sede comporta mais de 3,5 mil pessoas). Detalhe: cerca de 30% destes adolescentes nunca tinham entrado numa igreja antes.
O pastor Davi Passamani explica que a intenção da CASA sempre foi trazer os jovens para a igreja, não apenas de corpo presente, mas principalmente engajados com a fé cristã. Para isso, afirma que era importante sintonizar a Igreja com uma linguagem facilmente assimilável por eles, ampliando o alcance das mensagens. Este foi o desafio colocado na hora de formatar os cultos temáticos.
“Nossa ideia sempre foi, desde o nosso símbolo do CASA Share, até os cultos temáticos, tocar em uma realidade que, para os jovens, é presente. Tanto que o nosso slogan é: ‘Um jeito novo de compartilhar Jesus‘”, frisa Passamani.
Um dos cultos temáticos de grande sucesso entre os jovens realizado pela CASA é o Open Bar. “Nós fizemos este culto por ser uma realidade na vida dos jovens, de irem para festas. Eles chegam na igreja sem ter ideia do que vai acontecer. Muitas pessoas estranham, pensando: ‘Poxa, uma igreja vai fazer um culto com Open Bar?´ É só um chamariz. Não há bebida alcoólica, apenas aproveitamos o tema para pregar sobre a paternidade. Na Bíblia, a palavra bar tem o significado de filiação”, diz a pastora Giovanna Lováglio.
Outro culto temático da igreja que fez sucesso entre os jovens foi com o tema “Trazemos o seu amor em três dias”. Ao chegarem na igreja, os jovens participam de cultos que falam sobre Cristo, que no terceiro dia ressuscitou. A pastora Giovanna afirma que não adianta a igreja ignorar que determinados temas e realidades são distantes do dia a dia dos jovens. “Por isso, a Igreja CASA decidiu fazer a abordagem com situações e problemas que fazem parte da vida deste público e usar essa realidade para se conectar com a religiosidade de forma mais natural e espontânea”, diz.
Baile funk e som automotivo
Um outro culto realizado pela CASA, com a temática “Vem novinha”, atraiu muitos jovens que foram à igreja pensando se tratar de um baile funk. Inicialmente, a iniciativa provocou um certo estranhamento nas redes sociais. Porém, ao chegarem na igreja, os jovens constataram que a proposta era bem diferente do que o nome poderia sugerir. “Tratamos as meninas e os meninos como princesas e príncipes. Colocamos coroas neles e, depois de uma grande surpresa, há um enorme engajamento, aceitação. O primeiro culto com esta temática teve um grande número de conversões. Trabalhamos com temas que fazem parte do cotidiano dos jovens e eles se sentem motivados de vir para a igreja”, diz a pastora.
No início deste ano, a Igreja abriu suas portas para os apaixonados por veículos tunados e som automotivo. Como é uma marca dos eventos da CASA Share, todo o ambiente recebeu decoração alusiva ao tema do culto. “Investimos recursos e energia para que a igreja fique tematizada de acordo com o que a gente ama. Quando os jovens chegam, a palavra de Jesus é pregada. Usamos no primeiro culto a expressão revoada, no sentido de uma volta para o ninho, que é a etimologia da palavra. Ao final, como foi amplamente divulgado nas redes sociais, mais de 300 jovens aceitaram a palavra de Jesus. Muitos voltam aos cultos de domingo e já querem, inclusive, congregar conosco”, conta o pastor Davi.
“Entendemos que, embora tenhamos fé, ela não funciona dentro de uma bolha. Nossos filhos, nossos jovens, estão em contato diário com uma realidade externa, a qual não podemos fechar os olhos, e sim precisamos tocá-la e propor uma nova perspectiva de abordagem em relação a ela”, enfatiza a pastora Giovanna.