Mesmo com o pai internado, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), que não é integrante da CPI da Pandemia, apareceu ontem na comissão e bateu boca com a senadora Simone Tebet (MDB-MS) quando ela interrogava a diretora-executiva da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades. Fora do microfone, Flávio fez um comentário que a senadora considerou ofensivo. Cobrando respeito, ela disse que vai levar o caso ao Conselho de Ética da Casa.
Já o presidente Bolsonaro, em sua conta no Twitter, publicou uma foto sem camisa no hospital e um texto dizendo “Mais um desafio, consequência da tentativa de assassinato promovida por antigo filiado ao PSOL, braço esquerdo do PT, para impedir a vitória de milhões de brasileiros que queriam mudanças para o Brasil.”
Mas, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), prorrogou oficialmente os trabalhos da CPI, que terminariam em agosto, por mais três meses.
A diretora-executiva da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, falou ontem durante seis horas à CPI. Negou irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin, intermediado pela Precisa e investigado pela PF, o TCU e o MPF. Nenhuma das quatro vacinas em uso no Brasil foi comprada via intermediários.
Medrades se recusou a mostrar o contrato de compra e, alegando confidencialidade, não disse quanto a empresa iria receber pela intermediação. Confrontada com uma ata do Ministério da Saúde indicando que o imunizante, que acabou custando US$ 15 a dose, havia sido oferecido por US$ 10, a executiva disse que o documento oficial era mentiroso.