Após muito cortejo, muitos afagos e inúmeras reuniões, governo e Congresso não chegaram a um acordo sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A promessa era de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentaria nesta terça-feira (3/6) uma nova proposta aos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre.
Os três chegaram a almoçar juntos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio da Alvorada. Mas, ao final do encontro, disseram que o anúncio das medidas ficou para a semana que vem. Haddad afirmou, mais uma vez, que pode rever o aumento do IOF se o Congresso se comprometer com o que chama de reformas estruturais.
Haddad até garantiu que um acordo foi firmado entre o Executivo e o Parlamento. Mas disse que não podia tornar públicos os detalhes do acerto, pois ainda precisaria apresentá-los aos líderes partidários em um encontro no domingo.
O ministro afirmou que a equipe econômica preparará gráficos, tabelas e estudos para explicar aos parlamentares qual é a proposta final. Só após esse entendimento as medidas serão divulgadas, reforçou.
Entre as alternativas ao imposto em debate, segundo integrantes do governo, estão o adiamento da elevação da contribuição pública para o Fundeb, um corte não linear nos benefícios tributários, antecipação de dividendos do BNDES, receitas do petróleo e a tão prometida reforma administrativa.
Panos quentes
Em uma entrevista coletiva convocada às pressas, Lula tentou minimizar a crise que se estende há mais de uma semana com o Congresso. Segundo o presidente, Fernando Haddad não errou ao anunciar as medidas sem antes buscar um entendimento com o Parlamento.
“O Haddad, no afã de dar uma resposta logo à sociedade, apresentou uma proposta que ele elaborou na Fazenda”, disse o presidente, que chega hoje à França para uma visita de Estado.
Depois de tantas idas e vindas, Haddad afirmou que sofre no cargo de ministro da Fazenda, mas que também tem alegrias. Em um evento organizado pela revista piauí, o ministro voltou a elogiar o Congresso, como tem feito nos últimos dias. “Vamos buscar abrir outras alternativas. A maneira como está sendo conduzido por Senado e Câmara é a melhor possível”, disse.