Os elevados juros nas operações de crédito (e dívidas) e o risco de ficar desempregado são as maiores preocupações dos brasileiros, segundo levantamento da TransUnion, empresa global de informações e insights. Os dados estão no estudo Consumer Pulse e são referentes ao segundo trimestre de 2023. Se destaca a preocupação das pessoas para os próximos meses com o aumento das taxas de juros, desemprego e inflação nos produtos consumidos diariamente como alimentos, gás, energia elétrica, etc.
O acesso ao crédito, por exemplo, foi limitado, apesar de sua relevância para a movimentação da economia. A maioria dos entrevistados (57%) considerou que o acesso a crédito e empréstimo são extremamente ou muito importantes para atingirem suas metas financeiras. Porém, apenas 45% afirmaram que atualmente têm acesso suficiente a crédito e a empréstimos, sendo que 26% correspondiam a pessoas com renda mensal de menos de R$ 1 mil.
“A preocupação da população com a inflação reflete imediatamente na vida financeira e no poder econômico dessas famílias, dificultando seu planejamento. Acesso ao crédito e aos juros ajudam a viabilizar produtos normalmente inacessíveis, como financiamento de imóveis e automóveis e, por consequência, auxiliam na inclusão financeira no Brasil. Além de desenvolver a economia do país, o alcance ao crédito também é essencial para impulsionar o crescimento das pessoas”, diz Claudio Pasqualin, vice-presidente de Soluções da TransUnion Brasil.
Apesar disso, segundo a pesquisa, 33% dos entrevistados relataram aumento de renda no período – em comparação com 26% no segundo trimestre de 2022. O estudo ouviu 965 brasileiros de 4 a 19 de maio, em parceria com um provedor de pesquisa terceirizado, a Dynata.
Digitalização
A tendência de consumo de produtos e serviços digitais é uma realidade para 41% dos entrevistados. Deste total mais de 50% reportaram fazer suas transações bancárias e de consumo via meios digitais. Embora 38% dos brasileiros entrevistados tenham dito que usaram serviços bancários digitais no último mês que antecedeu a pesquisa, entre a Geração Z (pessoas nascidas entre 1995 e 2004), esse número chega a 45%.
Na contramão, apenas 26% dos Baby Boomers (pessoas nascidas entre 1944 e 1964) utilizaram serviços bancários digitais no mesmo período. Por terem comportamento ativo no meio digital, 56% da Geração Z disse concordar em receber anúncios personalizados de acordo com as suas preferências e necessidades, enquanto apenas 42% de Baby Boomers fariam o mesmo.
Risco de fraudes
O medo da invasão de uma conta digital ainda é uma realidade entre a população. Esta foi a ameaça digital de maior preocupação relatada por 22% de consumidores. 85% das pessoas mostraram receio em compartilhar informações pessoais. Entre elas, 68% citaram o medo de terem suas identidades roubadas.
Além disso, os esquemas de fraude mais frequentes relatados por quem afirmou ter sido alvo de tentativas de fraude nos últimos três meses foram: vishing (ligações telefônicas fraudulentas para que pessoas revelem informações), com 28%; roubo de cartão de crédito com cobranças indevidas, com 27%; e smishing (mensagens de texto com objetivo de enganar as pessoas para que revelem informações pessoais), com 25%.
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