O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, deputado Lissauer Vieira (PSB), tem cobrado investimentos da distribuidora de energia Enel em Goiás, especialmente na melhoria do serviço nas regiões produtoras do Estado. Nesta semana, promoveu debate na Câmara de Jataí com produtores, lideranças políticas da região e representantes da multinacional. “Sabemos da importância da região Sudoeste para o desenvolvimento econômico do estado e, devido às constantes falhas no abastecimento de energia, toda a população dessa região e, principalmente, os nossos produtores rurais vêm contabilizando incontáveis prejuízos”, disse.
O deputado cobrou também canais de atendimento da empresa. Lissauer afirmou que não se sabe nem onde é a real localização do call center da Enel, se está em Goiás ou em outro estado. “Muitas vezes falamos com pessoas que não conhecem a nossa realidade, que deixam os contribuintes desamparados quando mais precisam. Não custa nada ter um escritório ou um central nos municípios, com pessoas preparadas, que a gente possa ter contato físico e que conheçam, de fato, a realidade da nossa região. Precisamos de uma solução para essa situação”, enfatizou o presidente da Assembleia.
O diretor de Infraestrutura e Redes da Enel, José Luis Salas, defendeu dizendo que a empresa tem realizado investimentos na rede em Goiás., para a melhoria no abastecimento de energia. “Com isso, queremos melhorar o tempo de atendimento em situações de queda de energia”, disse.
CPI e encampação
Não é a primeira vez que a Enel é cobrada e criticada pela Assembleia Legislativa (leia mais aqui). Recentemente, deputados defenderam uma nova CPI para investigar a empresa, como forma de pressão. Em 2019, a Casa instalou uma comissão incentivada pelo governador Ronaldo Caiado (DEM). Mas não deu absolutamente em nada.
Há também na Assembleia, desde 2019, um projeto de lei dos deputados Lissauer Vieira e Bruno Peixoto (MDB), também estimulado pelo Palácio das Esmeraldas, que prevê a encampação do serviço de distribuição de energia elétrica em Goiás. Ou seja: voltariam à responsabilidade do Estado e seria administrado pela estatal Celg-GT, até a realização de nova licitação. A Enel sempre defendeu que o projeto é inconstitucional. Embora alguns deputados pedem para que a matéria tramite na Assembleia, ela foi engavetada depois que o governo estadual e a empresa chegaram a um acordo no final de 2019 sobre cronograma de investimentos para Goiás.