Atualização (16 horas): O presidente Lula (PT) coordenou nesta segunda-feira (18/3) a primeira reunião ministerial de 2024. Disse que “ainda falta muito para se fazer” no Brasil. Para o petista, o país foi “totalmente abandonado” pelo governo anterior e esteve muito próximo de sofrer um golpe de Estado.
“A gente ainda tem muito para fazer, em todas as áreas. E muito não é nada estranho, é tudo aquilo que nós nos comprometemos a fazer durante a disputa eleitoral. Já gastamos um ano e três meses do nosso mandato e vocês percebem quão pouco nós fizemos e ao mesmo tempo quão muito nós fizemos”, disse na abertura da reunião.
O presidente teceu críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL). Para ele, seu antecessor se preocupou em “estimular o ódio entre as pessoas”, em vez de pensar em políticas sociais. Lula citou que muitos ministérios estavam com defasagem de servidores e que ainda não foi possível suprir toda a demanda de concursos públicos.
Após a fala inicial do presidente, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, apresentou um balanço de ações do governo federal. Na sequência, a transmissão foi encerrada e a reunião seguiu de forma privada.
Popularidade em baixa
Com a queda na avaliação do governo, captada em diferentes pesquisas neste mês, o presidente Lula usou a reunião ministerial para cobrar mais empenho na comunicação das ações do Executivo.
Ele tem demonstrado cada vez mais impaciência quanto à apresentação de entregas e cobrou resultado de programas já anunciados.
Lula quer que os ministros rodem o país, deem entrevistas e ocupem os meios de comunicação divulgando ações positivas para contrabalançar repercussões negativas, que acabam afetando sua popularidade.
As redes sociais dos ministros devem ser usadas não apenas para tratar de assuntos de suas áreas, mas de pautas do governo como um todo.
A primeira-dama Janja está decidida a assumir o controle da comunicação digital do presidente. Ela quer transferir a administração das contas pessoais do presidente para Brunna Rosa, que integrou a campanha de 2022, e, desde a posse, chefia a Secretaria de Estratégia e Redes.
Ajuda de marqueteiro
Para fazer frente a esse cenário, Lula chamou o marqueteiro de sua campanha às eleições de 2022, Sidônio Palmeira, para uma reunião, no Palácio do Alvorada, na quinta-feira. O encontro teve como pauta as possíveis estratégias de comunicação para o governo e as redes sociais.
Entre os evangélicos, o índice de reprovação do presidente chega a 62%. A tentativa de aproximação com esse grupo, tem sido conduzida pelos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).
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