Enquanto Brasília pega fogo com a CPI da Pandemia, derretendo a popularidade do presidente Jair Bolsonaro, o ex-presidente Lula tem adotado a estratégia do silêncio. Parece que tem dado certo: o petista aumentou a sua vantagem nas intenções de voto para o primeiro turno de 2022. Segundo pesquisa divulgada ontem pelo PoderData, passou de 31% em junho para 43%, enquanto Bolsonaro recuou de 33% para 29%. Atrás deles vêm Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB), empatados com 6%, e Luiz Henrique Mandetta, com 3%. Num eventual segundo turno, Lula venceria Bolsonaro por 55% a 32%.
O presidente Bolsonaro voltou ontem a ameaçar não aceitar o resultado da eleição em 2022, caso não seja adotado o voto impresso, algo que começa a ficar cada vez mais distante, uma vez que até bolsonaristas na Câmara dos Deputados (onde o projeto tramita) já demonstram incerteza sobre a sua viabilidade. Em entrevista ontem à Rádio Gaúcha, Bolsonaro voltou a dizer que, sem a mudança nas eleições de 2022, “o nosso lado, pode não aceitar esse resultado”. Disse, ainda sem apresentar prova, que houve fraudes nas eleições presidenciais de 2018 (quando foi eleito) e 2014.
Para piorar, a condição de “sem partido” de Bolsonaro deve continuar por mais tempo. Diminuíram as chances de ele se filiar ao Patriota, segundo informa a Veja. Há forte resistência dentro da legenda, uma vez que o presidente quer exercer controle total sobre o partido ao qual se filiar.