Com uma base volátil no Congresso e a popularidade em baixa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já sabe que dificilmente conseguirá atrair os partidos do Centrão para sua candidatura à reeleição.
Sua prioridade agora, segundo fontes do Palácio Planalto ouvidas pelo jornal Folha de S.Paulo, é evitar que União Brasil, PSD, MDB, PP e Republicanos embarquem em uma candidatura ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), buscando assim uma espécie de “neutralidade”.
Ao todo, essas legendas controlam 11 ministérios.
Falta, claro, combinar com eles. Gilberto Kassab, principal nacional do PSD, vem reforçando a aliança de seu partido com o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), do qual é secretário de Governo e Relações Institucionais.
O PSD vai inserir a partir de hoje cinco vídeos de 30 segundos mostrando o governador em eventos e ressaltando a participação do partido em sua administração. Tarcísio é visto como principal nome da direita para 2026, uma vez que Bolsonaro, de quem foi ministro, está inelegível.
Cobrança de Lula
No início deste mês, o presidente Lula cobrou da esquerda uma “revolução na rede digital”, até o momento dominada em grande parte pela direita e a extrema direita. Um dos entraves a essa revolução, porém, é seu próprio partido.
A Meta (dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp) e a Alphabet (Google e YouTube) ofereceram à direção do PT oficinas sobre boas práticas no mundo digital, mas a iniciativa foi abortada devido ao protesto de setores mais à esquerda na legenda.
Enquanto isso, o PL já realizou pelo menos dois seminários com influenciadores e funcionários das mesmas big techs rejeitadas pelos petistas.