O presidente Lula (PT) se esquivou de responder uma pergunta neste sábado (22/4) se aceitaria o convite de visita a Ucrânia. “Ao mesmo tempo em que meu governo condena a violação à integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito. Precisamos criar urgentemente um grupo de países que tentem sentar-se à mesa tanto com a Ucrânia como com a Rússia para encontrar a paz”, disse o petista em coletiva em Lisboa (Portugal).
Em viagem para a China no início deste mês, Lula afirmou que a Ucrânia também é responsável pela guerra e que as potências ocidentais são responsáveis pelo prolongamento do conflito. A declaração pegou muito mal e recebeu críticas de lideranças políticas e porta-vozes de governos da Europa e dos Estados Unidos. Aliás, o governo da Ucrânia também reagiu de forma enfática contra a fala do presidente brasileiro e o convidou a visitar Kiev. Depois disso, Lula fez um pequeno gesto de recuo.
O presidente Lula tem buscado nas últimas semanas destacar a sua pauta externa (até porque a interna não tem avançado muito). Embora as missões internacionais têm gerado resultados concretos no campo econômico, eles foram ofuscados pelas declarações do petista. Agora, em vista a Portugal, Lula tem se mostrado mais comedido.
13 acordos
Lula destacou neste sábado que o Brasil, “depois de seis anos de isolacionismo, voltou ao mundo”. Esteve com o presidente Marcelo Rebelo e com o primeiro ministro Antônio Costa. Ao todo, 13 (coincidência?) acordos foram assinados. Portugal tem se destacado na União Europeia como um país com um bom desempenho na economia e também com boas ações ligadas ao meio ambiente. O comércio entre Brasil e Portugal gera cerca de US$ 6 bilhões por ano.
“Dá pra gente imaginar a irresponsabilidade de quem governou o Brasil nos últimos seis anos. Imagina se nós pudéssemos assinar uma média de 11 acordos cada ano que tem uma cimeira, significa que nós deixamos de assinar com Portugal no mínimo 66 acordos, que poderia fazer com que a nossa relação fosse mais extraordinária do que ela é”, disse Lula.
Portugal está com uma das taxas de natalidade mais baixas do mundo e por isso o governo português incentiva que pessoas de outros países venham morar e descobrir o país. Isso, claro, vale para os brasileiros. Já são quase 300 mil em terras lusitanas.