O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) aproveitou a exposição negativa do procurador federal Mario Lúcio Avelar, que recebeu no último mês de dezembro mais de R$ 466 mil em vencimentos no Ministério Público Federal de Goiás, para atacar o promotor nas redes sociais, chamando-o de “marajá”. Mario Lúcio foi promotor na Operação Decantação, que investigou irregularidades na Saneago e depois se desdobrou na Cash Delivery, operação que levou Marconi à prisão em 2018.
“A máscara do procurador Mario Lúcio Avelar caiu”, afirmou o ex-governador, acusando o procurador de armar uma operação durante a campanha eleitoral para prejudicar sua candidatura ao Senado e ajudar a eleger o senador Jorge Kajuru. Marconi acabaria em 5º lugar na disputa eleitoral. “Agora, quando precisa explicar os R$ 466.368,33 que recebeu em dezembro de 2021, ele se irrita, ataca o jornal e a jornalista, acusa outros poderes, mas não se explica. Não explica porque o que ele fez não tem explicação e é imoral”, disse.
Marconi se refere ao jornal O Popular e à jornalista Fabiana Pulcineli, que mostraram com exclusividade que 71 membros do MPF ganharam mais de R$ 300 mil no contracheque devido à venda de licenças-prêmio e férias não usufruídas. Mario Lúcio teve o terceiro maior vencimento do MPF em dezembro e ao ser questionado sobre o alto valor, disse que estava dentro da lei.
“É permitida a venda (de licença-prêmio e férias). Eu vou fazer juízo de valor sobre o que está na lei e não foi criado agora?”, respondeu o procurador ao Popular. Ele acusou outros Poderes de também pagarem salários astronômicos, mas de forma ilegal.
Marconi citou essa explicação para cobrar “coerência e transparência” de Mario Lúcio. “Faça o que eu digo, mas não o que eu faço: esse é o lema do Mario Lúcio”, concluiu.