Em meio ao processo de construção de estrutura política para a disputa conta o presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente Lula chegou a propor ao ex-governador Marconi Perillo (PSDB) a formação de uma aliança ampla para barrar a reeleição do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Após 14 anos sem falar com Lula, Marconi teria alegado, porém, dificuldades de explicar ao seu eleitor uma coligação com o PT. “Tenho uma história no PSDB e pagaria alto preço se desviasse minha biografia por conta de um projeto de curto prazo”, disse Marconi ao jornal Folha de S. Paulo, sobre a possibilidade de aliança com o PT no estado.
A pesquisa Serpes/Acieg divulgada em janeiro, que aponta a liderança de Lula em Goiás para presidente da República, chegou a animar novamente as lideranças no PSDB em Goiás que defendem ampla aliança da oposição no Estado, incluindo o PT. Isto, num cenário tendo Marconi Perillo novamente candidato neste ano a governador. As conversas acontecem de forma bem discretas, por questões locais e nacionais consideradas delicadas. No Estado, por causa da militância tucana goiana, em maior parte resistente à uma aliança com os petistas. Nacionalmente por conta da pré-candidatura a presidente de João Doria, governador de São Paulo.
“Existem interesses de ambos os lados. O PT quer eleger maior número de deputados e um palanque forte para o ex-presidente Lula em Goiás. Nós queremos, claro, eleger bancada, mas principalmente eleger novamente Marconi para governador”, afirma uma liderança do PSDB. As dificuldades? “Há forte resistência local e também a questão nacional. Temos Dória como pré-candidato a presidente, que é muito ligado a Marconi”, cita.