Confirmado: o ex-governador Marconi Perillo foi eleito nesta quinta-feira (30/11) o novo presidente nacional do PSDB, em convenção do partido realizada em Brasília. O partido tenta se unir com foco nas eleições municipais de 2024 e na campanha presidencial de 2026 para tentar inverter a trajetória de declínio nos últimos anos.
“Quero servir como operário do partido”, disse Marconi. “Chego para somar e solicito a todos que me ajudem a estruturar uma plataforma para que a gente possa chegar em 2026 com musculatura, com força. Estamos ancorados num trabalho que não nos envergonha, muito pelo contrário”, frisou, ao citar o legado dos governos de Fernando Henrique Cardoso.
A eleição de Marconi teve apoio determinante do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), que recuperou influência no partido após ser absolvido de uma acusação de corrupção passiva que o havia afastado dos holofotes. Embora o acordo para eleger o goiano não foi fácil, Marconi foi eleito por aclamação.
O ex-senador José Aníbal (PSDB-SP) chegou a entrar na disputa, como contraponto ao grupo de Aécio, mas retirou a candidatura na última hora. Um grupo de deputados federais também cogitou lançar o líder do partido na Câmara, Adolfo Viana (BA), para a presidência nacional do PSDB, mas a articulação não foi adiante.
Oposição
Marconi enfatizou a posição que o PSDB buscará no plano nacional: “Somos oposição construtiva e contra os extremos”. A menção aos “extremos” é uma citação velada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que lidera a oposição contra o governo do presidente Lula (PT). Papel este que foi do PSDB no passado.
José Aníbal, por sua vez, disse que o PSDB não pode se confundir com a “oposição odienta”. Chegou a elogiar o ministro Fernando Haddad (Fazenda) do governo Lula (PT) na condução da agenda econômica). “Estamos unidos, olha essa vitória. Mas é uma unidade que não tem uma âncora política sólida. O PSDB está um pouco perdido no panorama que temos hoje da política brasileira”, afirmou.
Marconi assume o comando nacional do PSDB no lugar do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que decidiu deixar o cargo após nove meses. Com a justificativa oficial de que precisa se dedicar ao governo gaúcho. Mas ele acumulou atritos ao promover intervenções nos diretórios da legenda na capital paulista e no Estado.
Contudo, a expectativa é que Eduardo Leite seja candidato à Presidência da República, em 2026. “Estar no PSDB não é a posição mais confortável para aqueles que querem estar em espaços de poder”, afirmou após o resultado da convenção que elegeu Marconi.
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