A pergunta que muito tem sido feita nos últimos dias nos bastidores políticos de Goiás: o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) pode desistir de uma candidatura neste ano? O PSDB goiano já o lançou para o governo estadual, mas o tucano tem dificuldades para ampliar alianças que fortaleçam este projeto eleitoral. Com a rejeição ainda alta no eleitorado e pesquisas indicando estar em terceiro lugar para governador, cresceram os rumores de que Marconi possa desistir de tentar novamente chegar ao Palácio das Esmeraldas.
Será? O ENTRELINHAS GOIÁS ouviu três tucanos próximos de Marconi Perillo. Todos afirmam que o cenário para uma nova candidatura ao governo estadual está confuso. Mas que não veem o ex-governador fora da disputa eleitoral neste ano.
A expectativa é que amanhã (26/7), na reunião que Marconi Perillo deverá ter com a cúpula nacional do PSDB, em São Paulo, o cenário fique mais claro. O ex-governador precisa de aval para uma aliança com o ex-presidente Lula (PT) em Goiás. Este pragmatismo político tem esbarrado na resistência de parte da direção nacional e da militância tucana no Estado.
Uma possível aliança PSDB-PT não é discutida apenas em Goiás. Há também conversas no Maranhão, em Alagoas e no Pará. Como os tucanos não terão candidato neste ano à presidente da República, o partido decidiu apoiar Simone Tebet (MDB). Mas sem engajamento na maioria dos palanques estaduais. Como em Goiás.
Pragmatismo petista
O PT é mais pragmático: aceita (quase) tudo em nome da eleição de Lula. Nesta quarta-feira (27/7) está prevista uma reunião da cúpula petista para decidir as alianças em sete Estados. E Goiás é um deles. Embora o partido já lançou Wolmir Amado pré-candidato a governador, Lula tem interesse de ter Marconi Perillo no seu palanque. Convém lembrar que o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e o ex-prefeito Gustavo Mendanha (Patriota) apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL).
E se nada der certo para uma aliança entre PSDB e PT em Goiás? Os tucanos afirmam que outras alternativas ainda não podem ser descartadas, como ter o PSD na chapa, com o deputado estadual Lissauer Vieira para o Senado. Para isto, conversas se intensificaram nos últimos dias. Entretanto, nada de concreto.
Uma candidatura ao Senado de Marconi Perillo enfrenta as mesmas dificuldades: chapa competitiva. Resta a alternativa do tucano sair candidato a deputado federal, como tanto quer a cúpula nacional do PSDB, em nome da reconstrução do partido.
A resposta, portanto, sobre a pergunta se há possibilidade de Marconi Perillo não disputar a eleição deste ano é: sim. Mas ainda remota. A maioria dos seus aliados mantém aposta na candidatura ao governo de Goiás. De qualquer forma, só se deve ter certeza mesmo em 5 de agosto, último dia das convenções partidárias para se definir candidaturas e alianças.