O MDB confirmou a sua convenção nacional para esta quarta-feira quando deve confirmar a candidatura presidencial da senadora Simone Tebet (MS). Mas, para variar, vai rachado. Uma ala importante do partido, especialmente do Nordeste, declarou na semana passada apoio à candidatura do ex-presidente Lula (PT).
A pequena evolução de Simone Tebet, registrada por pesquisas eleitorais, é o que motiva membros do MDB a apoiarem desde já a candidatura de Lula (e, em menor grau, a do presidente Jair Bolsonaro). Mas, na semana passada, a maioria dos presidentes estaduais do MDB defenderam a candidatura presidencial da senadora. Entre eles, o de Goiás, Daniel Vilela.
Então, o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), confirmou a convenção nacional para esta quarta-feira. Só que o grupo pró-Lula ameaça ir à Justiça para reverter a oficialização da candidatura.
Uma conversa com Lula esbarrou em lideranças importantes do MDB e também nos acordos regionais. O ex-presidente Michel Temer, ainda ressentido, acha improvável que seu partido apoie o petista, no primeiro turno. “Eles mandam emissários, mas como vamos apoiar se eles falam que é golpe? Se falam que a reforma trabalhista, que eu fiz, é escravocrata? Querem destruir com meu governo”, disse ao jornal O Globo.
Aliança com PSDB
O MDB tem aliança acertada com PSDB e Cidadania, mas até agora vai apoiar apenas um candidato tucano a governador. Em Goiás, por exemplo, está aliado com Ronaldo Caiado (União Brasil), embora o PSDB tem a pré-candidatura de Marconi Perillo ao governo estadual. Em Minas Gerais, os tucanos decidiram apoiar a candidatura a presidente do ex-ministro Ciro Gomes (PDT). No Rio Grande do Sul, o ex-governador tucano Eduardo Leite declarou apoio à candidatura de Luciano Bivar em troca da presença do União Brasil na sua coligação.
Único pré-candidato tucano a governador que tem o apoio do MDB é Rodrigo Garcia, governador de São Paulo. Apesar do impasse nos Estados, os tucanos devem indicar o senador Tasso Jereisssati (CE) para a vice de Simone Tebet.
Caso o MDB realmente confirme a candidatura da senadora e vá “rachado” para a disputa eleitoral, repetirá 2018, quando lançou o ex-ministro Henrique Meirelles. A sua candidatura não foi unanimidade no partido e o goiano acabou a disputa presidencial na sétima colocação.
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