O MDB pode ficar sem candidato próprio para a eleição de prefeito de Goiânia em 2024. Desde que Iris Rezende foi eleito para a Prefeitura, em 2004, o partido disputou e venceu todas as eleições na capital. A única exceção foi em 2012, porque o então prefeito Paulo Garcia (PT) era vice de Iris Rezende e foi reeleito naquele ano com o apoio do emedebista. O atual prefeito Rogério Cruz (Republicanos) era vice de Maguito Vilela (MDB), quem venceu a última eleição (2020), mas faleceu antes de ser empossado. Ou seja: em 20 anos, o maior partido de Goiás pode pela primeira vez participar da eleição municipal em Goiânia como coadjuvante.
Motivo: as duas principais apostas do MDB para Goiânia praticamente estão descartadas. A advogada e empresária Ana Paula Rezende, filha de Iris Rezende, anunciou oficialmente que não será candidata no próximo ano para a Prefeitura. Inclusive, desautorizou qualquer mobilização neste sentido.
O segundo nome é o do ex-prefeito Gustavo Mendanha (Patriota), de Aparecida de Goiânia, que deve voltar ao MDB. Contudo, a chance de ele conseguir viabilizar legalmente a sua terceira candidatura consecutiva como prefeito é cada vez menor. Hoje, praticamente nula. Havia expectativa de que a minirreforma eleitoral, em tramitação no Congresso Nacional, abrisse uma brecha para isto. Não prosperou.
Mais recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu parecer técnico pela impossibilidade de Mendanha disputar a Prefeitura Goiânia. Avalia que uma nova candidatura de ex-prefeito reeleito, que renunciou antes da metade do segundo mandato para disputar outro cargo nas eleições estaduais, fere a Constituição Federal. Mas Mendanha não jogou a toalha. Disse que ainda fará a sua defesa, antes da decisão final do TSE. Contudo, na cúpula do MDB goiano, poucos acreditam em final favorável para o ex-prefeito.
Alternativas
O presidente estadual do MDB, o vice-governador Daniel Vilela, não descartou a possibilidade de Mendanha ser candidato. Pelo menos não publicamente. Mas o partido já busca alternativas para Goiânia. Dentro da legenda, até agora, quase nenhuma foi vista com real capacidade eleitoral para 2024.
O próprio Daniel Vilela voltou a cogitar a possibilidade (ainda bem remota) de apoiar uma candidatura à reeleição do prefeito Rogério Cruz (Republicanos). Muitos emedebistas já defendem apoiar o deputado Bruno Peixoto (UB), presidente da Assembleia Legislativa de Goiás.
Por ora, a cúpula do MDB goiano descarta apenas duas alternativas: apoiar o senador Vanderlan Cardoso (PSD) ou o deputado federal Gustavo Gayer (PL). Nenhum dos dois inspira confiança no grupo de Daniel Vilela. Que, como todos sabem, é pré-candidato a governador para 2026.
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