Investigado pela CPI da Pandemia, o plano de saúde Prevent Senior teria ocultado dados sobre a mortes de pacientes num estudo feito para testar a eficácia da hidroxicloroquina, associada à azitromicina, contra Covid-19, de acordo com documentos elaborado por 15 médicos e entregue à comissão. Segundo um deles, ouvido com exclusividade pela GloboNews, o resultado do estudo, feito para avalizar o tratamento ineficaz, já estava pronto antes do fim dos testes. Nove pessoas morreram, mas apenas duas constavam do resultado, anunciado e enaltecido pelo presidente Jair Bolsonaro em sua campanha para difundir a cloroquina.
O documento dos médicos diz que os pacientes não sabiam que estavam sendo usados como cobaias humanas num estudo estimulado pelo governo. Entre os dados recebidos pelos senadores há uma mensagem de Whatsapp do diretor da Prevent Senior, Fernando Oikawa. “Iremos iniciar o protocolo de HIDROXICLOROQUINA + AZITROMICINA. Por favor, NÃO INFORMAR O PACIENTE ou FAMILIAR, (sic) sobre a medicação e nem sobre o programa”.
A empresa nega e diz que vai processar os médicos. Já o diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, deveria depor ontem na CPI, mas faltou, alegando ter sido convocado somente na véspera. O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), remarcou o depoimento para a próxima quarta-feira, com um clima potencialmente muito pior.