Subordinado ao governador de São Paulo, João Dória (PSDB), o pré-candidato ao Senado por Goiás Henrique Meirelles (PSD) defende a tese de que uma terceira via presidencial é factível e de que há uma brecha se alargando neste sentido para furar a polarização entre Lula e Bolsonaro. O nome mais viável, segundo ele, é (evidentemente) seu chefe João Dória. “A maior parte da população não é radical de direita nem radical de esquerda. E existe, na minha visão, amplas possibilidades de uma terceira via no Brasil. Então, essa polarização não é necessariamente algo que vá permanecer até a data da eleição”, afirma Meirelles em entrevista ao Valor Econômico.
Meirelles chegou a ser cotado como vice de Lula, num movimento que agradaria os mercados, mais resistentes à volta do petista ao poder. Mas a possibilidade foi para a geladeira, pelo menos por enquanto. O ex-ministro avalia que os confrontos do presidente Bolsonaro com outras instituições têm incomodado bastante o mercado (ente abstrato que Meirelles conhece bem). “No primeiro momento, os agentes econômicos olharam para isso e disseram: é discurso para a base radical. Na medida em que o discurso continua, medidas parlamentares são tomadas, pedido de impeachment do Supremo… isso configura um nível de confronto que de fato começa a afetar os mercados”.
