O ex-prefeito Gustavo Mendanha (Patriota) tem declarado interesse de sair candidato a prefeito de Goiânia em 2024. Mas sempre enfatizando que o seu projeto maior é a eleição estadual de 2026. Nessa estratégia de recolocar o seu nome no jogo político em Goiás, o aparecidense busca se reaproximar do antigo aliado, o vice-governador e presidente estadual do MDB, Daniel Vilela. Que, segundo fontes ouvidas pelo ENTRELINHAS GOIÁS, tem acenado positivamente, mas sem pressa alguma nesta reconciliação. Antes, quer entender melhor os planos de Mendanha.
O maior trunfo de Gustavo Mendanha é o capital político que construiu na eleição estadual de 2022, quando disputou o governo de Goiás. Ficou em segundo lugar, com 25,2% dos votos válidos (ou 879 mil votos). Entretanto, insuficiente para sequer ter provocado um segundo turno no Estado. O governador Ronaldo Caiado (UB) foi reeleito no primeiro round com 51,8% dos votos válidos. Mas, a votação de Mendanha em 2022 foi maior que a de Daniel Vilela em 2018, quando disputou o governo de Goiás e ficou também em segundo lugar, com 16,1% dos votos válidos (479,1 mil votos).
Acontece que Daniel Vilela é hoje vice-governador e o candidato natural no Palácio das Esmeraldas à sucessão de Ronaldo Caiado. Portanto, um forte nome para 2026. Se a gestão caiadista manter os atuais índices de aprovação até lá, o emedebista se cacifa como candidato favorito. Entretanto, ter Mendanha como potencial adversário também é um fator de risco. Vale lembrar que Caiado, ao se aproximar e convidar Daniel para ser seu vice em 2021, na prática tirou do seu caminho um forte adversário para a eleição de 2022.
Aliados de Mendanha veem a mesma lógica para 2026. Para isto, afirmam que será importante o ex-prefeito filiar num partido maior, a exemplo do Republicanos, que viabilize militância, tempo no horário eleitoral e fundo partidário para a eleição estadual. Aliás, quando haverá quatro vagas na chapa majoritária. Duas estão praticamente definidas: uma do MDB (Daniel) e outra para o União Brasil (com Ronaldo ou Gracinha Caiado para o Senado, por exemplo). Ainda sobram as vagas de vice-governador e outra para senador. São elas que os medanhistas miram.
E 2024?
A ideia de Gustavo Mendanha em lançar o seu nome como potencial candidato na eleição de Goiânia é motivada por pesquisas eleitorais e também para se reinserir no jogo político. Antes de mais nada, é preciso frisar que o ex-prefeito tem supostamente um impedimento: a legislação eleitoral não permite um terceiro mandato majoritário consecutivo. Neste caso, o de prefeito. Ainda mais quando o candidato foi prefeito de cidade vizinha, o caso de Aparecida de Goiânia. Advogados próximos de Mendanha afirmam que uma candidatura em Goiânia seria a primeira e não a terceira. Para tirar esta dúvida, é preciso provocar uma consulta ao TSE.
Enquanto isso, Mendanha coloca o seu nome novamente sob os holofotes políticos. Inclusive, ele tem enfatizado seu interesse de voltar ao MDB, partido que deixou em 2020 para ser candidato ao governo de Goiás. Ou seja: seria um nome da legenda para a eleição em Goiânia. Mas, a prioridade na cúpula emedebista e no próprio Palácio das Esmeraldas atualmente é a advogada Ana Paula Rezende, filha do ex-prefeito Iris Rezende e da ex-deputada Iris Araújo. Ela, por ora, descarta tal possibilidade.
Se o TSE entender que o ex-prefeito pode disputar a eleição em Goiânia e se Ana Paula Rezende realmente não mudar de ideia, Mendanha pode ser um nome forte do MDB na capital. Caso seja eleito prefeito em 2024, seria um importante aliado de Daniel Vilela para 2026, ainda mais somando o eleitorado de Aparecida de Goiânia. Neste cenário, Mendanha adiaria seu projeto de chegar ao Palácio das Esmeraldas para 2030.
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