Com as doações de empresas a campanhas eleitorais proibidas pelo STF, alguns dos empresários mais ricos do País estão financiando como pessoas-físicas candidatos e partidos. Quatorze deles já doaram mais de R$ 1 milhão cada, segundo dados do TSE. O recordista é Marcos Ermírio de Moraes, um dos herdeiros do grupo Votorantim, e candidato a segundo suplente de senador pelo PSDB de Goiás, Marconi Perillo.
Ele já doou mais de R$ 3 milhões, 86,6% para tucanos de São Paulo, mas também contribuiu para o PL e o PT – como faz a maioria dos doadores. Da lista, apenas os produtores rurais Odílio Balbinotti Filho e Oscar Cervi doaram diretamente para a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A despeito da generosidade dos agricultores, a campanha do presidente vem sofrendo com falta de recursos. Até agora, ele recebeu R$ 21 milhões, entre doações privadas e repasses do PL, e seu filho Zero Um, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez apelo por doações. Mas, a iniciativa de eleitores de Bolsonaro de fazerem doações de R$ 1 via PIX virou uma dor de cabeça para a campanha do presidente.
A ideia era criar uma espécie de “Datapix”, com as transferências mostrando o tamanho da base de apoio à reeleição. Porém, as mais de 300 mil doações registradas na segunda-feira congestionaram o sistema de contabilidade da campanha, o que pode atrasar a prestação de contas ao TSE. E ainda há o risco de transferências terem sido feitas por contas de empresas, o que é ilegal.
E no PT o problema é outro. A campanha de Lula já gastou R$ 88,3 milhões, perigosamente perto do limite legal de R$ 88,9 milhões.
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