A produção de minérios sofreu queda de 12% no ano passado, com 1,05 bilhão de toneladas, contra 1,19 bilhão em 2021. Com isso, o faturamento do setor despencou 26% no ano, de R$ 339 bilhões (2021) para R$ 250 bilhões (2022). Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que representa as maiores mineradoras que atuam no País. Entretanto, o setor de mineração teve crescimento de faturamento em quatro Estados: São Paulo (31%), Mato Grosso (8%), Bahia (7%) e Goiás (5%).
Entre as razões para a queda na produção e faturamento do setor no Brasil estão as medidas de lockdown contra covid-19 na China, que reduziu a produção siderúrgica. E o controle de estoques de minério de ferro nos portos chineses. Ambos influenciaram a redução dos preços do minério de ferro (cerca de 25%).
Dos oito minérios mais exportados pelo Brasil, a China aparece entre os cinco principais compradores para sete deles: minério de ferro, manganês, nióbio, cobre, pedras ornamentais, alumínio e caulim.
Os maiores Estados produtores de minérios do Brasil, Minas Gerais e Pará, observaram queda no faturamento de 30% e 37%, respectivamente. Desta forma, os dois Estados perderam participação no total de faturamento da mineração no Brasil: o share de MG caiu de 42% para 40%; o do PA caiu de 43% para 37%.
Investimentos
Apesar do resultado, o Ibram aponta que houve ampliação dos postos de trabalho e projeta aumento dos investimentos até 2027. “Foram criadas mais de 5,7 mil vagas de janeiro a novembro, totalizando quase 205 mil empregos diretos”, diz Raul Jungmann, presidente da entidade. Segundo ele, os investimentos deverão somar US$ 50 bilhões nos próximos cinco anos.
A maior parte dos investimentos deve ser realizada nos Estados do Pará (US$ 13,9 bilhões), Minas Gerais (US$ 11,4 bilhões) e Bahia (US$ 10,2 bilhões). Somados, esses três Estados totalizam 82% dos investimentos previstos pelas mineradoras em todo o País. Para Goiás, segundo o Ibram, estão previstos US$ 993 milhões até 2027.