Com um discurso claramente focado em se firmar como uma terceira via alternativa à polarização entre Lula e Bolsonaro, o ex-ministro Sergio Moro se filou hoje (10) ao Podemos com críticas aos escândalos envolvendo o ex-presidente e o atual. O ex-juiz defendeu a operação Lava Jato e quase todo marketing do evento era no sentido de valorizar a bandeira do combate à corrupção.
“Chega de corrupção, chega de mensalão, chega de petrolão, chega de rachadinha, chega de orçamento secreto. Chega de querer levar vantagem em tudo e enganar o povo brasileiro”, discursou Moro para um auditório com aproximadamente 700 pessoas, em Brasília. Ele também defendeu no evento do Podemos o fim do foro privilegiado e da reeleição.
Quando saiu da pauta do combate à corrupção, Sergio Moro fez acenos à direita (mais alinhada com o bolsonarismo) ao defender o livre mercado, as privatizações e falou em proteger a família e os jovens. Mas também piscou para segmentos mais alinhados à esquerda, ao defender programas sociais (desde que sem furar teto de gastos) e o cuidado com o meio ambiente.
Ele disse que agora vai discutir com outras siglas para viabilizar politicamente sua candidatura presidencial pelo Podemos. Participaram do evento algumas lideranças de outros partidos e figuras que, como ele, romperam com o Presidente Bolsonaro, como o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), o general Santos Cruz, os ex-deputados federais Kim Kataguiri (DEM-SP), Joice Hasselman (PSDB-SP), Marcel van Hattem (Novo-RS) e Junior Bozzella (PSL-SP) e o empresário Paulo Marinho (PSDB-RJ), suplente do senador Flávio Bolsonaro e um dos coordenadores da campanha presidencial em 2018.