O mercado imobiliário de Goiânia e Aparecida de Goiânia bateu um novo recorde em 2022: 10,4 mil novos imóveis (a grande maioria de apartamentos) vendidos, aumento de 9% em relação a 2021, com faturamento de R$ 5,17 bilhões. Segundo a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), é o maior volume de vendas da última década.
O número de lançamentos (vendas de imóveis na planta) em 2022 também foi recorde: 11.474 unidades, com alta de 7,5% sobre 2021 e o maior volume desde 2011. E o valor dos novos imóveis estão mais caros: alcançou R$ 6,3 bilhões, 30% maior do que o de 2021. “Foram 63 empreendimentos lançados em 2022, que começarão suas obras simultaneamente em 2023”, pontua o presidente da Ademi, Fernando Razuk.
O estoque de unidades disponíveis para venda, nas mãos de incorporadoras, foi de pouco mais de 11 mil unidades, patamar que a Ademi considera saudável.
Segmentos
Um segmento que apresentou bom desempenho em 2022 e começou 2023 repetindo a performance é o de salas comerciais. Desde o auge da crise do setor, em 2016, os empreendedores haviam parado de lançar esse tipo de imóveis.
Fernando Razuk conta que, no ano passado, foram lançados quatro prédios, todos com vendas muito rápidas. Em janeiro deste ano, outro foi colocado à venda, também se esgotando rapidamente. Agora, dois lançamentos estão à venda simultaneamente, nos Setor Marista. Preço: salas de R$ 12 mil a R$ 15 mil o metro quadrado.
Por outro lado, o segmento que mais caiu foi o de habitações de interesse social, justamente onde há maior demanda por moradia. O volume de unidades lançadas no programa Casa Verde Amarela em 2022 caiu pela metade quando comparado com 2021. No ano passado, foram lançadas 1.696, número considerado pela Ademi “ínfimo” para o porte da Região Metropolitana de Goiânia.
Juros
Para contornar o aumento das taxas de juros nos financiamentos imobiliários, as construtoras têm alongado as parcelas. “Quanto maiores os juros, maiores as parcelas. Mas o comprador ainda consegue negociar taxas de juros de 9% a 10% ao ano no financiamento imobiliário, o que faz com que seja ainda muito atrativo”, pondera Razuk.
O valor médio do metro quadrado de apartamentos na capital foi de R$ 7.422 em 2022. O Setor Marista continua à frente (R$ 9.030), seguido pelo Oeste (R$ 8.975), Bueno (R$ 8.597) e Jardim Goiás (R$ 8.582). Entre os mais valorizados, apareceram também bairros como Serrinha (R$ 7.895), Bela Vista (R$ 7.461) e Jardim América (R$ 7.189). “São bairros bem próximos dos mais valorizados com preço muito em conta”, avalia o presidente da Ademi.