Apontados até pouco tempo atrás como o futuro da mobilidade nas grandes cidades, os aplicativos de transporte estão enfrentando dificuldade de atender os clientes goianos (cenário que certamente se repete na maioria das cidades brasileiras). A baixa margem de lucro dos motoristas somada à alta dos combustíveis e a redução do fluxo por causa da pandemia fez com que muitos desistissem de prestar o serviço, prejudicando a qualidade.
Tem sido comum demora acima de 20 minutos (antes, raramente passava de 10 minutos nas áreas mais centrais da cidade) e desistência dos condutores antes de chegarem no ponto de embarque. O motivo é que os motoristas agora ficam aguardando viagens que consideram mais lucrativas, especialmente nos horários de pico. Como o aplicativo não paga o deslocamento até o passageiro, os prestadores do serviço agora fazem conta se vale a pena ir até a chamada.
O presidente da Cooperativa de Transporte de Passageiros Privado de Goiás (Coopgo), Marcelo Conrado, explicou ao jornal O Popular que o custo operacional chegou a R$ 0,88 por quilômetro, enquanto os aplicativos ainda repassam cerca de R$ 0,96, o que gera um ganho real de apenas R$ 20 por 250 quilômetros. O mesmo jornal já mostrou que muitos motoristas estão devolvendo carros alugados e abandonando as plataformas. No auge desses serviços, antes da pandemia, muitos investidores compraram carros só para alugar para condutores de aplicativo.