Com quatro assinaturas a mais que as 27 exigidas, a oposição protocolou ontem no Senado o pedido de criação de uma CPI para investigar denúncias de corrupção e tráfico de influência no MEC durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro. A reação do Palácio do Planalto não demorou e veio em duas frentes.
De um lado, o líder do governo, Carlos Portinho (PL-RJ), ameaça recorrer ao STF caso do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), instale a CPI, alegando que há outros pedidos na fila e que a ordem cronológica deve ser respeitada.
De outro, o governo vem acelerando a liberação de verbas via “orçamento secreto” para esvaziar a comissão. Desde a prisão de Ribeiro, no último dia 22, já foram liberados R$ 3,2 bilhões, cerca de 20% do total previsto para este ano.
O senador goiano Vanderlan Cardoso (PSD) se posicionou contra a CPI, mas favorável ás investigações da Polícia Federal. Aliado do presidente Bolsonaro, disse nas redes sociais que a criação de uma CPI neste momento pode gerar um fato político que atrapalharia as investigações já conduzidas pela PF.
Já a ministra Cármen Lúcia (STF) encaminhou à PGR o pedido de investigação sobre suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) na investigação da Polícia Federal sobre a corrupção no MEC.
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