Os deputados e senadores da oposição viram na prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro nesta quarta-feira (22/6) uma oportunidade de tentar colar a corrupção na imagem do governo de Jair Bolsonaro (PL). O ex-ministro, que deixou o governo em março, foi preso pela Polícia Federal por suposto esquema envolvendo pastores Gilmar Santos e Arilton Moura para favorecimento na distribuição de recursos federais para educação.
Os deputados Célio Moura (PT-TO) e Pedro Uczai (PT-SC) afirmaram que a prisão de Ribeiro seria prova de que há corrupção no governo de Jair Bolsonaro. O deputado também denunciou a corrupção na atual gestão. O deputado Afonso Florence (PT-BA) ironizou as falas do presidente Bolsonaro que, após a saída de Ribeiro do governo, disse que “botava a cara no fogo” pelo ex-ministro.
Para o deputado Ivan Valente (Psol-SP), Bolsonaro “mente ao dizer que não há corrupção no seu governo”. O deputado João Daniel (PT-SE) cobrou apuração rigorosa das denúncias. Já o deputado Léo de Brito (PT-AC) pediu que Ribeiro faça delação premiada para detalhar o suposto esquema montado na pasta.
No Senado
Os senadores da oposição também aproveitaram o momento. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) voltou a recolher assinaturas para a instalação de uma CPI. O pedido ainda depende do apoio de dois senadores. Em março, o requerimento chegou a contar com 27 assinaturas, o mínimo necessário, mas alguns parlamentares retiraram o apoio. “Com os acontecimentos de hoje, me parece que é inevitável, necessário e urgente a instalação dessa comissão parlamentar de inquérito”, disse Randolfe.
O senador Humberto Costa (PT-PE) também defendeu a instalação da CPI. O presidente da Comissão de Educação no Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), classificou como “muito grave” a prisão do ex-ministro. “A Polícia Federal deve ter encontrado coisas muito graves para um juiz determinar a prisão de um ex-ministro da Educação. Não é qualquer pessoa”, afirmou.
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