O ex-presidente Lula voltou a crescer nas pesquisas eleitorais e justamente no eleitorado de menor poder aquisitivo no País. Segundo pesquisa do Datafolha, ele aparece com 48% das intenções de voto, oito pontos a mais que a soma dos adversários: o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 27%; o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 7%; o deputado André Janones (Avante-MG) e a senadora Simone Tebet (MDB-MS), com 2% cada; e Pablo Marçal (PROS) e Vera Lúcia (PSTU), com 1% cada.
Considerando somente os votos válidos, sem brancos e nulos, Lula teria hoje 54%. Ou seja: venceria no primeiro turno. Num eventual segundo turno, Lula iria a 58%, contra 33% de Bolsonaro. O Datafolha detectou que Lula cresceu nas intenções de votos entre os mais pobres, no Nordeste, entre as mulheres e os jovens.
Assim como nas intenções de voto, a diferença da rejeição aos primeiros colocados é de 21 pontos, só que no sentido contrário. Enquanto 54% dizem não votar em Bolsonaro sob qualquer hipótese, 33% rejeitam completamente Lula. No Nordeste, a rejeição ao presidente salta para 65%. Por outro lado, ela cai para 40% entre os evangélicos, segmento no qual ele tem o maior apoio.
Petistas e aliados de Lula comemoravam os números, enfatizando a chance de vitória no primeiro turno. Já a deputada Joice Hasselmann (PSDB-SP) preferiu enfatizar a rejeição aos dois líderes.
Entre os bolsonaristas, a ordem era deslegitimar a pesquisa. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) publicou um vídeo do pai sendo aplaudido em Minas Gerais com a legenda “Datapovo. Bolsonaro comprovando mais uma vez que a melhor pesquisa é feita nas ruas!”. Já o ministro das Comunicações, Fabio Faria, abriu uma enquete indagando em quem o eleitor acreditava mais: Papai Noel, duendes, Pinóquio ou Datafolha. Mas o tiro saiu pela culatra. Até a noite de ontem, 70% dos votantes apoiavam o instituto paulista.