A maré não anda boa para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Levantamento divulgado nesta quinta-feira (5/6) pela Genial/Quaest mostra que, caso o segundo turno das eleições presidenciais de 2026, ele estaria em empate técnico com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos/SP), com 41% a 40% das intenções de voto.
Lula teria um pouquinho mais de folga se o adversário fosse o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), com 40% a 38%. Ou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), com 43% 39%. Mas em todos esses casos a diferença está dentro da margem de erro.
Num cenário de disputa contra o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), Lula teria 43% dos votos e o goiano 33%. Indecisos são 5%, e 19% dizem votar em branco, nulo ou não votariam.
A maioria dos entrevistados, 66%, considera que o presidente não deveria concorrer à reeleição. Em março, esse número estava em 62%.
“Pela primeira vez a rejeição ao governo está se transformando em rejeição eleitoral a Lula, alavancando as candidaturas dos potenciais herdeiros de Bolsonaro. O eleitor passou a conhecer melhor nomes como Tarcísio, Ratinho e [Romeu] Zema, e começa a tê-los como opção na eleição presidencial”, avalia o cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest.
Desaprovação
Não foi a única má notícia. Após mais de uma semana de crise irresoluta com o Congresso em torno do aumento do IOF, outra pesquisa da Genial/Quaest, divulgada ontem, mostra que 57% dos brasileiros desaprovam o terceiro mandato de Lula na Presidência da República.
O levantamento aponta que o índice de rejeição ao governo no Sudeste — onde está quase metade do eleitorado brasileiro — é o maior do país: 66%. Entre os evangélicos, a reprovação chega a 64%.
A pesquisa, que ouviu mais de 2 mil brasileiros em 120 municípios, também mostrou que a popularidade do presidente segue em baixa. Com 43% dos eleitores afirmando ter uma visão negativa da gestão.
Outros 28% disseram que o governo tem uma atuação regular, e apenas 26% afirmaram ver positivamente a maneira como o país está sendo conduzido. De acordo com a pesquisa, 3% dos ouvidos disseram não ter opinião ou preferiram não responder.
Para Felipe Nunes, a repercussão do escândalo do INSS foi o principal responsável pelo alto índice de rejeição ao governo.
Alerta
O resultado acendeu o sinal de alerta no governo Lula. Fontes do Palácio do Planalto disseram que a estratégia, a partir de agora, será evitar que novas crises impactem o governo. O foco estará em uma agenda positiva, com entregas que impactem diretamente a vida da população.
A análise de petistas próximos ao presidente é de que Lula desistirá da reeleição caso sua popularidade esteja abaixo de 40%. Para eles, seria um ‘risco à biografia’ uma derrota eleitoral.
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