A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,08% para 5,5% este ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (27/1), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC).
A estimativa para 2025 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
A inflação oficial do país fechou 2024 em 4,83%, acima do limite máximo da meta estipulada pelo CMN. Em 2023, o IPCA havia ficado em 4,62%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao longo do ano passado, o grupo alimentos e bebidas foi o que mais pressionou o bolso dos brasileiros.
Juros básicos
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 12,25% ao ano.
A alta do dólar e as incertezas em torno da inflação e da economia global fizeram o BC aumentar o ritmo de subida dos juros. O Copom informou que elevará a taxa Selic em um ponto percentual nas próximas duas reuniões deste ano, caso os cenários se confirmem.
O primeiro encontro do Copom este ano ocorrerá nesta terça-feira (28) e quarta-feira (29). A expectativa do mercado financeiro é de que confirme a elevação da Selic para 13,25% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é que a taxa básica suba para 15% ao ano.
Quando o Copom aumenta a taxa básica causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano passou de 2,04% para 2,06%. No terceiro trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) subiu 0,9% em comparação com o segundo trimestre. De acordo com o IBGE, a alta acumulada no ano – de janeiro a setembro do ano passado – é de 3,3%.
A previsão da cotação do dólar está em R$ 6 para o fim deste ano.