A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (17/6) novos reajustes nos preços da gasolina e do diesel, que há semanas estavam os valores “congelados”. A gasolina teve aumento de 5%, passando o litro (na estatal) para R$ 4,06. O reajuste no preço do diesel foi maior, de 14,2%. Os novos valores passam a valer a partir deste sábado para a venda para as distribuidoras, segundo a estatal.
A Petrobras afirma que o preço da gasolina passou 99 dias sem reajustes. O do diesel, 39 dias. Segundo a estatal, “a companhia tem buscado o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse imediato para os preços internos”.
Mas, isto não será suficiente para acalmar os ânimos políticos em Brasília. O núcleo político do presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a ameaçar, publicamente, uma interferência direta na política de combustíveis da estatal. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), anunciou que vai convocar uma reunião de líderes na segunda-feira (20/6) para discutir a “política da Petrobras, que pertence ao Brasil e não à diretoria da Petrobras”.
A pressão do presidente Bolsonaro e seus aliados, incluindo Lira e o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP/PI), se intensifica após o Congresso Nacional correr para aprovar parte do pacote de subsídios para os combustíveis – as duas PECs, incluindo a de R$ 26,7 bi para o ICMS do diesel, ficaram para a próxima semana.
O teto de ICMS da gasolina passou com amplo apoio no Congresso Nacional, contra os interesses de estados e prefeituras, e pode demorar a chegar na bomba. Mesmo caso da desoneração dos impostos federais. O problema para o governo Bolsonaro é seguir levando a culpa pelos reajustes nos preços dos combustíveis.