A recente revelação de um esquema de manipulação dos resultados de jogos de campeonatos estaduais e do Brasileirão levou o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, a determinar nesta quarta-feira (10/5) que a Polícia Federal (PF) abra um inquérito para investigar o caso. A Operação Penalidade Máxima, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás, em abril, revelou acordos entre jogadores e apostadores envolvendo milhares de reais.
Nesta semana, a Justiça tornou réus sete jogadores e nove apostadores envolvidos na manipulação de resultados de oito partidas da Série A do Campeonato Brasileiro A de 2022; um da Série B, também de 2022; e quatro de campeonatos estaduais de 2023. Entre os 23 atos criminosos relatados pelo MP, há promessas de pênaltis e faltas para receber cartões.
Os jogadores que participam do esquema estão sujeitos a penas criminais e esportivas. Na Justiça comum, a punição varia de dois a seis anos de prisão, além de pagamento de multa. Na desportiva, a punição vai de 180 a 720 dias e multa de até R$ 100 mil, com possibilidade de banimento do futebol em caso de reincidência.
A CBF, que também pediu que a PF investigue os casos de manipulação de resultados, afirmou que não vai paralisar as Séries A e B do Brasileirão.
Mercado bilionário
As apostas online superam a loteria no Brasil. Em um ano, as plataformas de apostas digitais movimentam entre R$ 120 bilhões e R$ 150 bilhões. Em 2022, as loterias faturaram pouco mais de R$ 23 bilhões. Cerca de mil sites de apostas online operam no país, e os mais conhecidos patrocinam grandes clubes de futebol. Ainda há muita insegurança em um setor não regulado.