A Polícia Civil de Goiás poderá ter de devolver um jatinho Dassault Falcon 50, que estava em vias de ser leiloado, apreendido na Operação Icarus, deflagrada em agosto de 2019 em Goiás, Pará e São Paulo contra o tráfico internacional de drogas. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) suspendeu a venda antecipada da aeronave a pedido de empresa Brasil Negócios Participações, que diz ser proprietária do avião.
Segundo o portal Metropóles, a empresa apresentou à Justiça certidão de inteiro teor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para comprovar que é proprietária. Alegou que rescindiu contrato de compra e venda que havia sido firmado com Ronie Cezar de Souza, um dos investigados, para aquisição da aeronave, depois de ele deixar de pagar parcelas do negócio, firmado em outubro de 2017. Segundo o processo, a previsão era de que a dívida fosse quitada em abril de 2019, quatro meses antes da operação policial.
De acordo com a empresa, a aeronave, no momento da apreensão, já estava negociada com outra empresa, que, em por causa da operação policial, promoveu o distrato da venda, desfazendo o negócio. Em seu voto, o desembargador entendeu que os documentos apresentados pela Brasil Negócios Participações demonstram, por meio de análise inicial, que ela é a proprietária da aeronave.
Mas o jatinho Dassault Falcon 50 foi apenas uma das três aeronaves apreendidas naquela operação policial de 2019. Outro jatinho, do modelo Cessna Citation, continua nas mãos do Estado. A Justiça deu sentença favorável ao uso do avião pelo governo de Goiás. Na época, o governador Ronaldo Caiado afirmou que o jatinho seria usado para transporte de órgãos e pacientes em estado grave, como uma UTI aérea. Mas também tem sido usado para o transporte de autoridades.