A informação foi revelada pelo empresário Leandro Batista, dono do Frigorífico Goiás: os políticos goianos são os principais consumidores da picanha mais caro do mundo: R$ 1,8 mil o quilo! A declaração foi dada em entrevista ao jornal O Popular nesta semana, durante inauguração de uma “boutique de carnes” em Goiânia em sociedade com o cantor Gusttavo Lima. O estabelecimento, que tem uma unidade na Avenida Rio Verde, em Aparecida de Goiânia, comercializa carne da raça japonesa wagyu.

O dono do frigorífico diz que há um público seleto para este tipo de carne (na verdade, para este preço de churrasco) em Goiás. “O maior público para estas carnes aqui é formado por políticos da região”, disse Leandro Batista. Claro, sem citar nomes. Em 2019, o frigorífico goiano ficou conhecido nacionalmente ao ter presenteado o presidente Jair Bolsonaro com kits da picanha japonesa.

Nobreza

Mas, por que o quilo da carne de gado japonês custa uma fortuna? Segundo reportagem do Globo Rural, a nobreza e valorização desse produto está no chamado marmoreio, nome dado ao aspecto de carne bovina com gordura intramuscular. Quanto maior o nível de marmoreio, maior é a remuneração pela carne, que pode chegar a 2,5 vezes o valor da arroba de uma carne comum.

Para conquistar um marmoreio de alta qualidade, o gado wagyu precisa ficar de 8 a 12 meses na terminação em confinamento, o que encarece o custo total de produção. Um animal da raça nelore, por exemplo, fica de 30 a 90 dias na terminação, em média. O custo de produção de um wagyu depende muito do perfil do criador ou se ele faz o ciclo completo ou compra os animais, mas varia em torno de R$ 8 mil a R$ 12 mil por animal. A fase da terminação – essencial para o marmoreio – representa cerca de 50% do valor total da produção.