Diante do avanço nas alianças do MDB e do PP com o governador Ronaldo Caiado (DEM) e da disputa acirrada pela vaga ao Senado na chapa governista, o ex-ministro Henrique Meirelles (PSD) abriu diálogo com a oposição em Goiás para ampliar o leque de opções na construção de seu projeto de concorrer ao Senado no ano que vem. O atual secretário da Fazenda do governo João Dória (PSDB-SP) recebeu nesta segunda-feira (11) o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), para falarem sobre 2022. São conversas preliminares, sem grandes avanços concretos no momento.
Mas mostram que o PSD resolveu se movimentar mais e sinalizar para o governador que está disposto a concorrer em 2022 fora da sua base, caso não tenham espaço na chapa majoritária. A agenda de Meirelles, que tem recebido lideranças políticas e de segmentos da sociedade civil durante este feriado, num hotel em Goiânia, é uma forma dele reposicionar sua pré-candidatura no jogo, após algumas semanas afastado das articulações. O diálogo com a oposição marca uma postura bem diferente da que ele adotava meses atrás, quando falava que seu projeto estava associado ao do governador Ronaldo Caiado.
“O Vanderlan (Cardoso) eu sei que fortemente apoia a reeleição de Caiado e defende que estejamos juntos na chapa. Essa me pareceu uma linha boa, correta, adequada, já que ele vem fazendo boa gestão. Não acho que seja um projeto interessante uma candidatura alternativa ao Caiado”, disse o ex-ministro em entrevista ao Popular em fevereiro deste ano. De lá para cá, Vanderlan se afastou do governo após o anúncio de que Daniel Vilela (MDB) vai ser o vice de Caiado em 2022, e passou a seguir uma linha mais próxima a do presidente do PSD em Goiás, Vilmar Rocha, que sempre defendeu que o partido não deveria fechar questão antecipadamente e nem deixar de conversar com nenhuma corrente política.
Caiado demonstra interesse em ter Meirelles como companheiro de chapa, mas já avisou que vai bater o martelo somente no ano que vem. Além de Meirelles, concorrem à vaga o também ex-ministro e secretário de João Dória, Alexandre Baldy (PP), os deputados federais João Campos (Republicanos), Zacharias Calil (DEM) e Waldir Soares (PSL), e o senador Luis do Carmo (MDB).