A Prefeitura de Goiânia reduziu consideravelmente os investimentos públicos na capital desde o ano passado. Portanto, desde que o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) assumiu a gestão da cidade. Segundo levantamento do colunista Lauro Veiga Jardim, no jornal O Hoje, nos dois primeiros meses deste ano, o Paço realizou investimentos de R$ 10,3 milhões, redução de 70% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em todo 2021, a gestão de Rogério Cruz reduziu os investimentos na capital em 26%, de R$ 425,4 milhões (em 2020) para R$ 314,7 milhões. E isto porque boa parte dos recursos já estavam disponibilizados pela gestão anterior, de Iris Rezende (MDB), especialmente para o recapeamento das principais vias públicas de Goiânia. Estes investimentos foram descontinuados pelo atual prefeito.
Tudo indica, aliás, que não é por falta de caixa. Segundo o colunista, os dados oficiais da Prefeitura sugerem “folga fiscal suficiente para abrigar um volume mais ambicioso de investimentos, o que ajudaria a recolocar em marcha projetos atualmente paralisados ou adiados, além de contribuir para melhoria na prestação de serviços à população”.
As receitas da Prefeitura tiveram crescimento de 17,7% entre 2021 e este ano, o que significa um incremento de R$ 190,8 milhões. Contribuíram para isto a alta de 17% na arrecadação do IPTU, que sofreu forte aumento neste ano, e alta de 15,4% nas transferências.
A receita extra nos dois primeiros meses deste ano foi quase duas vezes maior do que o aumento de gastos em igual intervalo. As despesas com pessoal cresceram apenas 1,74% na mesma comparação, para R$ 483,4 milhões. Se considerar a inflação, a folha de pagamentos teve redução real de 8%.
Ou seja: tudo indica que o prefeito Rogério Cruz está fazendo caixa nos dois primeiros anos da sua gestão, para promover maior volume de investimentos nos dois últimos anos. É a velha tática política de represar os gastos na primeira metade do mandato para abrir as torneiras na segunda metade, já de olho nas próximas eleições municipais.
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