A Prefeitura de Goiânia não perdeu tempo e somente 20 dias após o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) ter suspendido o pregão da folha de pagamento dos servidores, já publicou novo chamamento, marcado para o próximo dia 28. E para não correr riscos de novos contratempos, retirou do edital a cláusula que concedia ao banco vencedor a gestão de 30% do patrimônio líquido do Instituto de Previdência dos Servidores do Município (GoiâniaPrev), cujo montante total é estimado em mais de R$ 830 milhões.
Essa cláusula foi o que motivou o TCM-GO a suspender o pregão no dia 25 de novembro. O Paço Municipal incluiu a cláusula como forma de tornar a venda da folha mais atrativa, aumentando a perspectiva de valores, e sua retirada do edital mostra que a administração municipal tem pressa em realizar o negócio. Entidades de servidores questionaram o item, alegando que a Prefeitura não pode interferir desta maneira no fundo do GoiâniaPrev sem autorização do seu conselho gestor, mesmo entendimento do TCM-GO.
O lance mínimo estipulado pela administração municipal era de R$ 165 milhões, mas o Paço Municipal calcula que pode arrecadar até R$ 200 milhões com a operação. Isto no cenário de meses atrás, que era mais favorável. O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) contava com esse recurso ainda neste ano para executar algumas obras na cidade, como o recapeamento das ruas, cuja renovação do financiamento da Caixa Econômica foi recusada pela administração municipal.
O leilão da folha tem gerado sucessivas crises para a Prefeitura, especialmente em virtude da contratação de consultoria, sem licitação, para estimar o valor do negócio. O Instituto Brasileiro de Tecnologia, Empreendedorismo e Gestão (BR TEC) pode receber mais de R$ 8,5 milhões pelo contrato, dependendo do valor alcançado no leilão.